sábado, 14 de janeiro de 2017

Criada por psicólogos, campanha 'Janeiro Branco' busca mais diálogo sobre a saúde mental



Prestar mais atenção na saúde mental. Este é o objetivo da campanha ‘Janeiro Branco’, criada em 2014 e que, hoje, já virou lei nas cidades de Campinas (São Paulo) e Uberlândia (Minas Gerais). Espalhado por todo o país, o projeto busca desvencilhar a ideia de que a psicologia é direcionada para loucos. 

“Janeiro Branco é uma campanha humanitária, que visa conscientizar as pessoas sobre a importância de cuidar da própria saúde emocional e, também, vem convidá-las a refletir sobre sua qualidade de vida e como estão desenvolvendo suas habilidades para alcançar uma vida mais feliz, com maior clareza das reais necessidades e sua vida e melhor organização dos pensamentos”, explica a psicóloga Michelle Perez, referência da campanha em São Paulo.



Wemerson e Michelle, referências na campanha (Foto: Arquivo Pessoal)



Em entrevista ao Olhar Conceito, Michelle e Wemerson Peixoto, que também é referência, explicaram que a discussão é necessária, já que “vivemos em uma sociedade adoecida, pois existem pessoas que vivem de forma frenética em busca do ter, quando o ser é deixando de lado”. 

Para Michelle, uma pessoa com a mente saudável mantém o equilíbrio entre sua mente e seu corpo, principalmente através da autorreflexão. “Quando uma pessoa passa a compreender o que está sentindo, todas as decisões seguintes ficam mais claras e fáceis de serem conduzidas.”. No entanto, para Wemerson, é importante lembrar que cada pessoa é diferente, e entende a mesma ação de formas diferentes. 

Chegar a este estado de saúde mental pode ser, muitas vezes, penoso. Principalmente porque as pessoas ainda têm dificuldade de entender que estão doentes e procurar ajuda. “O tema saúde mental ainda está atrelado à "loucura" e, talvez, por esse motivo, algumas pessoas não cheguem, sequer, a falar sobre o assunto. Isso contribui para que continue como um tema tabu na sociedade”, explica Michelle. “Compreender que as dores psíquicas também precisam, devem, e podem ser tratadas, é um fator crucial para que todos tenham saúde mental”.

Dentre as consequências deste tabu estão desde as doenças menos aparentes, como o sentimento de não pertencimento, quanto uma esquizofrenia, por exemplo. “E, cada uma delas, causa sofrimento, não somente para aquele que está passando pela situação, mas também para os seus. Por isso a campanha ressalta a importância do cuidado com a saúde emocional, e sua validade para promover uma vida mais consciente e feliz, afirma Michelle. Wemerson ainda reitera que, para além do psicológico, essas doenças podem somatizar. “quando questões psíquicas se tornam orgânicas, como por exemplo, gastrite nervosa, hipertensão, tensão muscular, entre outras”.

Para prevenir estes problemas e também identificá-los, os psicólogos concordam que o autoconhecimento é imprescindível. “Na impossibilidade de conseguir chegar a esse autoconhecimento sozinho (a), é importante a procura de um profissional da psicologia, pois é um profissional que olhará para suas questões sem julgamentos, pré-conceitos e que não colocará sua opinião sobre o assunto, mas analisará conforme das técnicas das Ciências Psicológicas”, explica Wemerson.

Por fim, eles lembram que os sentimentos humanos como tristeza e angústia são normais, mas que “permanecer triste ou com algum sentimento que faz mal, é indício que a saúde emocional não vai bem e precisa de cuidados”. 

Fonte: http://www.olhardireto.com.br/conceito/noticias


Nenhum comentário:

Postar um comentário